A 13ª edição da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo trouxe uma reflexão sobre as transformações socioespaciais geradas pela pandemia da Covid-19.
Divulgação / XIII BIA CCSP
Quase 3 anos depois da sua última edição, a Bienal de Arquitetura voltou a agitar a cidade de São Paulo com exposições, encontros, performances e oficinas que envolveram discussões sobre memórias, gêneros, raças, apagamentos e resistências.
Desde 1973, a bienal é considerada um dos principais eventos de arquitetura do Brasil, sendo um significativo espaço para o debate e o desenvolvimento crítico sobre arquitetura e território brasileiros. Promovida pelo IAB-SP – Instituto de Arquitetos do Brasil, o evento contou com a curadoria de Sabrina Fontenele e da equipe Travessias, formada por nove integrantes brasileiros de diversas áreas de atuação.
Neste ano, a equipe (selecionada a partir de um concurso cultural) partiu do conceito apresentado pela historiadora Maria Beatriz Nascimento, (1942, Aracaju, SE - 1995, Rio de Janeiro, RJ) que investiga o que do passado colonial permanece até os dias atuais e o que se altera nesses deslocamentos das populações pelo mundo. O tema ganhou força com a pandemia, pois o período reforçou as desigualdades que já se estabeleciam no Brasil e no mundo todo.
“É preciso a imagem para recuperar a identidade, tem que tornar-se visível, porque o rosto de um é o reflexo do outro, o corpo de um é o reflexo do outro e em cada um o reflexo de todos os corpos. A invisibilidade está na raiz da perda da identidade.” (Maria Beatriz Nascimento em trecho do filme Ori).
Divulgação / XIII BIA CCSP
Narrativas sobre espaços, territórios, organizações e práticas
A ponte que liga as duas margens de um rio; a escada que liga dois níveis em um prédio; a rampa que vence o desnível e permite acessibilidade; os caminhos que conectam territórios; o trajeto que uma pessoa percorre de ônibus da sua casa ao trabalho; as migrações forçadas dos povos africanos. Travessias são, portanto, um movimento que implica corpos e territórios.
“Corpos em constante movimento estão em busca de territorialização, de realização de sonhos, de sobrevivência, além da possibilidade de se tornarem visíveis em suas particularidades. Por isso, assume-se a importância de trazer à tona reflexões sobre territórios e fronteiras, por meio de levantamentos coletivos de memórias apagadas, tais como recursos hídricos enterrados, edificações demolidas, práticas culturais e espirituais ameaçadas e identidades múltiplas violentadas.” - Equipe Curatorial Travessias.
Os trabalhos apresentados buscaram discutir a questão da coletividade e determinados apagamentos históricos por meio de levantamentos de memórias, tais como recursos hídricos enterrados, edificações demolidas, práticas culturais e espirituais ameaçadas e identidades múltiplas violentadas.
Entre as instalações artísticas estão: Arquitetura na Periferia (MG, Brasil), Banga Nossa (Angola), Coletivo Coletores (SP, Brasil), Francis Kéré (Gando – Burkina Faso) e Cidade Enquadrada, de Pedro Vitor Costa, Ana Amorim, Melanie Martins, Victoria Michelini, Ravísia Avelar e Ricardo Kranen (RJ, Brasil).
Confira a seguir algumas imagens das exposições que foram apresentadas no Sesc da Avenida Paulista:
Divulgação / XIII BIA CCSP
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